A acne na puberdade é uma das condições de pele mais comuns entre os adolescentes. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 80% dos jovens entre 11 e 20 anos apresentam algum grau de acne durante essa fase.
Embora seja uma consequência natural das mudanças hormonais, a acne pode afetar profundamente a autoestima e a qualidade de vida, especialmente quando não é tratada adequadamente. Por isso, é importante entender o que causa o problema, como ele se manifesta e quando é o momento de procurar um dermatologista.
O que Acontece com a Pele na Puberdade
Durante a puberdade, ocorre um aumento da produção de hormônios sexuais, especialmente os andrógenos. Esses hormônios estimulam as glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de óleo (sebo) que protege e lubrifica a pele.
A queixa começa quando esse sebo é produzido em excesso e se mistura a células mortas, obstruindo os poros. Essa obstrução cria um ambiente propício para a proliferação da bactéria Cutibacterium acnes, que pode causar inflamação e o aparecimento das espinhas.
As lesões mais comuns da acne na puberdade incluem cravos abertos e fechados, espinhas avermelhadas e, nos casos mais severos, nódulos e cistos dolorosos. Elas aparecem com mais frequência no rosto, costas e peito, regiões que concentram maior número de glândulas sebáceas.
Quando Buscar um Dermatologista?
Quando a acne começa a deixar marcas e as lesões se tornam persistentes, dolorosas ou inflamadas e interfere na autoestima,
A acne pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Nos quadros leves, predominam os cravos e pequenas espinhas. Na forma moderada, há mais inflamações, vermelhidão e dor. Já os casos graves envolvem lesões profundas, que podem deixar cicatrizes permanentes.
Quanto antes o diagnóstico correto e o tratamento adequado for iniciado, maiores são as chances de controlar a acne na puberdade e evitar consequências físicas e emocionais.
Além de reduzir o risco de cicatrizes, o tratamento precoce previne o agravamento das lesões e melhora a autoconfiança do adolescente.
A acne na puberdade pode causar impacto psicológico importante, especialmente em uma fase da vida em que a aparência e a aceitação social têm grande peso. Jovens com acne moderada ou grave podem desenvolver ansiedade, isolamento e até sintomas de depressão, o que torna o acompanhamento dermatológico ainda mais necessário.
Como Funciona o Tratamento?
Durante a consulta, realizamos uma avaliação completa da pele, considerando o tipo de lesão, o histórico familiar, o uso de medicamentos e até aspectos hormonais. A partir dessa análise, é possível planejar o melhor tratamento, que pode envolver terapias tópicas, orais ou procedimentos complementares.
Os cremes e loções com ativos específicos são bastante utilizados para controlar a oleosidade e desobstruir os poros. Em casos de acne moderada a grave, o médico pode indicar antibióticos orais ou, em situações específicas, o uso da isotretinoína, medicamento eficaz, mas que requer acompanhamento rigoroso e exames periódicos.
Para algumas meninas, o controle hormonal também pode ser uma estratégia, desde que avaliada com cuidado. Além disso, é possível associar procedimentos como peelings, microdermoabrasão e drenagem de cistos, que ajudam a controlar a acne e melhorar a textura da pele.
Roacutan® (Isotretinoína) na Acne na Puberdade Grave
Em alguns casos de acne na puberdade, especialmente quando há lesões nodulares, císticas ou risco de cicatrizes, existe a chance de tratar coma isotretinoína oral, conhecida popularmente como Roacutan®
É um medicamento altamente eficaz, capaz de reduzir drasticamente a produção de óleo e tratar a acne de forma duradoura. No entanto, a isotretinoína não deve ser usada por conta própria, pois exige acompanhamento médico rigoroso, controle de exames laboratoriais e orientação sobre efeitos colaterais, como alterações na pele, lábios ressecados e, em casos específicos, riscos para gestantes.
O Tratamento da Acne na Puberdade Vai Além do Consultório
O tratamento da acne não depende apenas dos medicamentos prescritos. Hábitos de cuidados diários influenciam diretamente na evolução do quadro.
Manter uma rotina de limpeza com sabonetes adequados para pele oleosa ajuda a controlar o sebo e evitar o entupimento dos poros. O uso de protetor solar é indispensável, mas deve ser específico para peles acneicas, com textura leve e toque seco.
Também é fundamental evitar o uso de produtos comedogênicos, que favorecem o aparecimento de cravos, e resistir à tentação de espremer as espinhas, uma prática que agrava a inflamação e aumenta o risco de manchas e cicatrizes.